Leilão 534 Biblioteca Particular
Por Ecléctica Leilões
9.2.24
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O leilão terminou

LOTE 6:

GAZETA em qve se Relatam as Novas Todas, qve ovve nesta Corte [...]. Lisboa, 1641-1647.

Vendido por: €1 200
Preço inicial:
600
Preço estimado :
€600 - €700
Comissão da leiloeira: 17%
IVA: 23% Sobre a comissão apenas
identificações:

GAZETA em qve se Relatam as Novas Todas, qve ovve nesta Corte [...]. Lisboa, 1641-1647.
GAZETA em qve se Relatam as Novas Todas, qve ovve nesta Corte, e qve vieram de varias partes do mes de Nouembro de 1641. - Nov. 1641 - Set., 1647. Em Lisboa: Na Officina de Lourenço Anueres e Domingos Lopez Rosa, 1641-1647.

7 números em 1 volume; 210 mm. Encadernação inteira de pele moderna com pequenos cortes de traça; super-libros de Bernardino Ribeiro de Carvalho; acidez.

Volume que contém o primeiro número do PRIMEIRO PERIÓDICO PORTUGUÊS, além dos números de Dez. 1641, Jan. 1642, Jun. 1643, Set-Out. 1643, Ago.1647 e Set. 1647.
A Gazeta é considerada a primeira publicação "que reúne as três condições indispensáveis para que uma publicação posse ser considerada jornal: periodicidade, encadeamento e conteúdo específico, diverso do do livro ou do panfleto" [Dic.Hist.Port., 246].
Durante cerca de dois séculos, circularam em Portugal pequenas folhas volantes, denominadas "Relações de Novas Gerais" ou apenas "Relações" ou "Notícias Avulsas" impressas desde os fins do séc. XVI. Não tinham, contudo, carácter regular nem sequer rigor, pois limitavam-se a relatar acontecimentos mais ou menos importantes em Portugal ou no estrangeiro "nem sempre com grande verdade" [ibidem]. Durante a dominação filipina multiplicaram-se estas folhas volantes propagandeando contra o soberano Espanhol, levando El-Rei D. Filipe III a impor-lhes severas limitações. São as chamadas "Gazetas da Restauração", das quais a primeira é a que aqui apresentamos, que inauguram, por assim dizer, o jornalismo em Portugal, publicando-se mensalmente (com poucas excepções) até, pelo menos Setembro de 1647, tornando, assim, "periódica uma informação que até aí fora irregular, ao sabor da gravidade dos acontecimentos ou da vontade dos impressores. A folha passa a ser esperada em determinadas datas, criando-se assim os hábitos característicos dos leitores da imprensa periódica" [ibidem, p. 247]. Tendo circulação muitíssimo restrita devido ao seu elevado preço e instrução geral, a Gazeta é obra RARÍSSIMA e muito importante para a história da imprensa em Portugal.

¶ Samodães, 1370; Inocêncio, III, p.137; ibidem, IX, 418; Dicionário História de Portugal, III, p. 246.