EXPOSIÇÃO:
De 30 de Setembro a 11 de Outubro
LOTE 4:
QUEIRÓS (Fernão de). HISTORIA da Vida do Veneravel Irmão Pedro de Basto. Em Lisboa. 1689.
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QUEIRÓS (Fernão de). HISTORIA da Vida do Veneravel Irmão Pedro de Basto. Em Lisboa. 1689.
QUEIRÓS (Fernão de)
HISTORIA da Vida do Veneravel Irmão Pedro de Basto. Coadjutor temporal da Companhia de Jesus, e da Variedade de Sucessos que Deos lhe manifestou. Em Lisboa: Na Officina de Miguel Deslandes, 1689.
a6, b8, A-Z6, Aa-Zz6, Aaa-Ccc6, Ddd4; [28], 594, [2] pp.; 300 mm. Encadernação inteira de pele moderna; corte das folhas carminado; alguma acidez.
PRIMEIRA E ÚNICA EDIÇÃO de um dos mais importantes títulos sobre o sul da Índia no século XVII, em particular de Ceilão, abordando os problemas administrativos e militares da Índia portuguesa, assim como o conflito com os Holandeses naquele período.
A obra trata da figura de Pedro de Basto, homem da Companhia de Jesus afamado pelas suas visões e profecias na Índia Portuguesa. Natural de Cabeceira de Basto, segundo filho de António Machado Barbosa, da família nobre dos Machados, depois dos primeiros estudos no seminário de Braga, saiu de casa para “aliviarse de tantos horrores, trocando o campo, & serranias pelo concurso de hum povo tão numeroso como o de Lisboa, Corte de Portugal, onde tinha amigos de seu Pay, que o gazalhassem, quando ele mostrava doerse tão pouco do que o filho padecia.” (p. 17 do texto) Daí foi para a Índia, servindo em Cochim durante dois anos. Em 1589, quando viajava para Goa, o navio em que viajava naufragou sendo ele o único sobrevivente, fazendo “voto a Deos N. Senhor de se meter Religioso na primeyra Religião, que o quizesse receber, se o livrasse daquele perigo.” (p. 27 do texto) Apesar de ter abandonado os estudos, foi aceite na Companhia de Jesus, tendo morrido em 1645 depois de cerca de 50 anos inteiramente dedicado à sua missão.
Fernando de Queirós, por seu turno, chega à Índia em 1635, tendo conhecido Pedro de Basto nessa altura. Mais tarde tornou-se Provincial da Companhia em Goa e, provavelmente por sua iniciativa, a Sociedade ordenou que Pedro de Basto escrevesse a sua autobiografia. Esta sua obra, provavelmente baseada no testemunho do próprio biografado, assim como em memórias orais transmitidas por quem com ele privou, está dividida em cinco livros. O primeiro trata dos primeiros anos da vida de Pedro de Basto e o segundo sobre a sua estada na Índia merecendo relevo as visões, profecias e revelações do biografado. Estas são aproveitadas por Fernão de Queirós para tecer vastos e importantes comentários sobre a estrutura política e militar do Estado português na Índia. O terceiro livro trata quase na sua totalidade do conflito entre Portugal e os Holandeses naquele território, e o quarto com a perda de Ceilão. O último e final regressa a Pedro Basto e as suas visões.
¶ Barbosa v.2, p.51; Inocêncio v.2, 290; Pinto de Matos 521; Palha 2647; Samodães 2587; Travel and Exploration, 748