PEREIRA CÃO (1841-1921) – {PSEUDÓNIMO ARTÍSTICO DE JOSÉ MARIA PEREIRA JÚNIOR}

PEREIRA CÃO (1841-1921) – {PSEUDÓNIMO ARTÍSTICO DE JOSÉ MARIA PEREIRA JÚNIOR}

“NATUREZA-MORTA” – Óleo sobre tela, representando uma bela composição com uma planta decorativa, dita “singônio”, ladeada por rosas, sécias e motivos vegetalistas. Obra assinada no canto inferior direito [PCão]. Bem interessante esta composição numa mágica paleta, repleta de luz e de cor, onde o artista era um exímio especialista nas pinturas de flores e pássaros. Obra com possíveis restauros antigos e reentelada. Esta natureza-morta vem com uma interessante moldura da época, em madeira de pinho com frisos dourados, ricamente pintada a óleo, por o artista, com frisos de flores de corriola azuis na parte superior e laterais, bela composição de rosas na parte inferior e canto esquerdo e pássaro e borboleta na parte lateral direita. INVULGAR ÓLEO SOBRE TELA E QUE PENSAMOS NUNCA TER APARECIDO OBRAS DO ARTISTA NO MERCADO DE ARTE.

Dim: 60x50 cm (Óleo)

Dim: 100x89,5 cm (Moldura)

 

Nota: José Maria Pereira Júnior – Pintor-Decorador, cenógrafo e ceramista do século XIX-XX. Nasceu em Setúbal a 21 de Fevereiro de 1841 e faleceu em Lisboa a 16 de Janeiro de 1921. Em 1853 entrou como aluno na Academia Real das Belas Artes, que frequentou durante três anos. Então sob a direcção de Mariano Henriques da Silva, Professor de Pintura Histórica, Pereira Cão copiava do gesso, estudando Arquitectura com José da Costa Sequeira e Paisagem com Tomás José da Anunciação. Aos doze anos já se encontrava a trabalhar em companhia de outros pintores de Lisboa. Em 1853 entrou como aluno na Academia Real das Belas Artes, que frequentou durante três anos. Então sob a direcção de Mariano Henriques da Silva, Professor de Pintura Histórica, Pereira Cão copiava do gesso, estudando Arquitectura com José da Costa Sequeira e Paisagem com Tomás José da Anunciação. Aos doze anos já se encontrava a trabalhar em companhia de outros pintores de Lisboa. Acompanhou o seu pai em várias campanhas arquitectónicas e decorativas sobretudo pelo Sul de Portugal (no Alentejo). Com vinte e cinco anos, em 1866, trabalhou nos restauros do Palácio da Ajuda, onde esteve durante três anos, decorações que tinham de estar prontas a tempo do casamento do Rei D. Luís I com a princesa italiana, D. Maria Pia de Sabóia. Em seguida passou para o Teatro de S. Carlos, como discípulo dos cenógrafos e pintores-decoradores Achilles Rambois (c. 1818- 1882) e Giuseppe Luigi Cinatti (1808-1879), tendo-se tornado ajudante destes dois mestres italianos. No Inverno trabalhava no salão de cenografia do teatro e no Verão em importantes decorações de edifícios particulares dirigidas por aqueles dois artistas. Durante dezoito anos colaborou com os mestres Cinatti e Rambois, paulatinamente foi adquirindo a sua autonomia e o seu estatuto de pintor muito requisitado pela elite da segunda metade do século XIX e inícios do século XX. A família Real, a antiga Nobreza, os novos Viscondes e Barões, os grandes industriais e financeiros, os intelectuais e políticos abastados, médicos e juízes, etc. Figurou com pintura na Exposição da Sociedade Promotora de Belas-Artes e 1880 e seguintes. Ref. Biog. Fernando Pamplona - Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses. [pág. 308-309 // Michael Tannock - Portuguese 20th Century Artists. [pág. 127] // Miguel Montez Leal - Cinatti, Rambois e Pereira Cão e a Pintura Decorativa do Palácio Angeja-Palmela no Paço do Lumiar. [pág.195-207] // Miguel Montez Leal - Pereira Cão e a Pintura Decorativa da Cúpula dos Paços do Concelho de Lisboa. [pág.138-143] // Miguel Montez Leal - A Pintura a Fresco entre Dois Séculos: Pereira Cão (1841-1921) e a Pintura Decorativa em Portugal. Lisboa: Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2006. // Miguel Montez Leal - Manini e Pereira Cão. Cenografia e Pintura Decorativa no Palácio da Bolsa do Porto. In Congresso o Porto Romântico, 2014. // Miguel Montez Leal - O Programa Decorativo Azulejar do Pintor Pereira Cão para o Pátio do Palácio da Rosa, Propriedade dos Marqueses de Castelo Melhor. In Congresso Internacional A Casa Nobre: Um Património para o Futuro, Arcos de Valdevez, 2014.