ISABELINO (1924-2013)

ISABELINO (1924-2013)

“PRESO POLÍTICO” – Óleo sobre placa de madeira prensada, representando interior de cela, com a parede onde se encontra a janela com grade, pintada com rostos sofredores de figuras, sobressaindo em primeiro plano, figura masculina representada de meio corpo “O preso politico”, ladeado por mesa encimada por livros de leitura, uma caneca e um rato. Obra assinada e datada, com dedicatória no verso [PORTO, 7/9/1975 // Ao Prof. Ruy Luís Gomes, // como recordação, ofereço o quadro “O Preso Político” // com estima e admiração // Isabelino]. Trabalho com moldura em madeira pintada e dourada.

Dim: 55x53 cm (Óleo)

Dim: 71x68,5 cm (Moldura)

 

Nota: José Isabelino Martins Coelho – Pintor autodidata, nasceu no ano de 1914 e faleceu no ano de 2013. Exerceu durante vários anos funções administrativas no ensino superior, em especial na Universidade de Coimbra e na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP). Foi na ESBAP que Isabelino despertou para o mundo estético, já latente intrinsecamente desde a adolescência. De facto, como nos conta no texto datado de 13 de Dezembro de 1996, intitulado “A Minha Descoberta da Pintura na ESBAP”. Com efeito, é na qualidade de autodidata que Isabelino, já com cerca de 40 anos, solta o apelo imanente que lhe vai no âmago, que em 1970 o leva à estreia pública numa exposição individual na Galeria Alvarez, no Porto. Um despoletar estético que alguns críticos insinuam que decorreu de uma libertação do meio burocrático e real do mundo profissional, a que não serão alheias as influências das pinturas da selva de Henry Rousseau e o ”Jardim das Delícias” de Jerónimo Bosch. A partir dos anos 70, o artista autodidata percorreu o mundo com a sua “pintura primitiva moderna”, quer em Exposições Individuais quer em Exposições Coletivas Nacionais e Internacionais, que lhe valeram várias menções honrosas e prémios, nomeadamente, logo em 1971, o 1º. Prémio no II Salão de Artistas de Domingo – Salão Primavera, em Lisboa, que depois repetiu no II Salão Internacional de Pintura Naïve, em 1991, na Galeria do Casino Estoril. A sua obra encontra-se representada um pouco por todo o mundo, quer em museus, quer em coleções públicas e particulares.