Leilão 212 Antiguidades e Obras de Arte Moderna e Contemporânea
Por Cabral Moncada Leilões
27.9.21
Rua Miguel Lupi, 12 A/D . 1200-725 Lisboa Portugal
O leilão terminou

LOTE 7:

Azulejo "Esfera armilar"


Preço inicial:
3 500
Preço estimado :
€3 500 - €5 250
Comissão da leiloeira: 24.6%
27.9.21 em Cabral Moncada Leilões
identificações:

Azulejo "Esfera armilar"
manuelino
decoração policromada e relevada
Mudéjar
séc. XV/XVI
esbeiçadelas
Notas: Exemplares idênticos encontram-se colocados nas paredes dos pátios do Palácio Nacional de Sintra - vd. SABO, Rioletta; FALCATO, Jorge Nuno - "Azulejos - Arte e História". Lisboa: Edições INAPA, 1998, p. 18 e na sobrecapa; Exemplar semelhante integra a colecção do Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas, em São João das Lampas, Sintra, tendo integrado a exposição "Entre o signo da Cruz e o signo do Crescente", com início a 6 de Agosto de 2020. Exemplar semelhante integra a colecção do Museu Nacional do Azulejo com o número de Inventário 19 Az, tendo integrado a exposição "Vi o Reino Renovar", Museu Nacional de Arte Antiga, 24 de Junho a 26 de Setembro de 2021, encontrando-se reproduzido no respectivo catálogo, pp. 156-157, nº 42, onde se pode ler a seguinte nota redigida por Constança Azevedo Lima: "Em 1498, D. Manuel I de Portugal, acompanhado pela sua primeira mulher, D. Leonor, filha dos Reis Católicos, Fernando e Isabel, empreende uma viagem ao reino vizinho para ser jurado herdeiro das coroas de Castela, Leão e Aragão. Durante essa viagem, passando por Granada, Guadalupe, Toledo, Guadalajara e Saragoça, terá tido oportunidade de observar inúmeros locais decorados ao gosto mudéjar, com recurso à utilização de padronagens de azulejos. Este facto terá, certamente, influenciado as escolhas decorativas de D. Manuel quando iniciou uma vasta campanha de obras de ampliação e renovação do seu paço da vila de Sintra. Entre 1508 e 1509, o monarca português encomendou uma grande quantidade de azulejos sevilhanos na oficina de Fernan Martinez Guijarro ou já do seu filho, Pedro de Herrera, destinados à campanha de obras sintrense. Dessa encomenda faziam parte os azulejos com a esfera armilar, empresa ou divisa de D. Manuel, produzidos na técnica hispano-mourisca de corda-seca. Trata-se de um motivo decorativo que ainda hoje pode ser observado neste palácio no Pátio da Carranca, na Sala da Audiência e no Quarto de D. Sebastião. Este azulejo é preenchido quase totalmente pela imagem da esfera armilar a "máquina cósmica", completada apenas, nos quatro cantos, com a presença de pétalas de flores que funciona, como elemento de ligação e possibilitam a criação de uma padronagem. A utilização de uma divisa num padrão que se pode multiplicar até ao infinito vem contrarias as regras heráldicas estabelecidas, servindo os propósitos de afirmação do poder deste monarca. D. Manuel I utilizou a sua empresa não só como um elemento de reforço do seu poder, mas também como um instrumento de legitimação da sua coroação, já que esta resultou de uma série de acontecimentos improváveis. A esfera armilar tornou-se elemento fulcral da iconografia manuelina, aplicada na arquitetura e também em muitas outras manifestações artísticas, funcionando como veículo de afirmação «que acreditou ser alguém predestinado a concretizar uma nova era na Terra» (Godinho, 2016: p. 17)."