Leilão 204 Parte 2 Antiguidades e Obras de Arte Moderna e Contemporânea
10.3.20
Portugal
 Rua Miguel Lupi, 12 A/D . 1200-725 Lisboa Portugal

Exposição

4 de Março • Quarta-feira das 10h00 às 20h00

5 de Março • Quinta-feira das 10h00 às 20h00

6 de Março • Sexta-feira das 10h00 às 20h00

7 de Março • Sábado das 10h00 às 20h00

8 de Março • Domingo das 15h00 às 20h00


O pagamento deve ser efectuado nos dez (10) dias seguintes à data da compra; o levantamento de qualquer bem só será autorizado depois de paga a quantia total da venda, nos termos adiante referidos.

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O leilão terminou

LOTE 574:

Anel

Vendido por: €8 000
Preço inicial:
5 000
Preço estimado:
€5 000 - €7 500
Comissão da leiloeira: 24.6%
identificações:

Anel
ouro
cravejado com rubis calibrados e diamante em talhe Lisboa com o peso aproximado de 2,93 ct., grau de cor K e pureza SI2, fluorescência média
Português
séc. XX (meados)
anel com sinais de uso e pequenos defeitos
sem marcas, ao abrigo do Decreto-Lei 120/2017, de 15 de Setembro - art. 2º, nº 2, alínea c)
Dim. - 16 (17,7 mm) cm; Peso - 3,5 g.
Notas: Proveniência: Colecção de Jóias de Soprano do Teatro Nacional de São Carlos, Lisboa. Nota: A originalidade e a raridade da lapidação do diamante em causa impõem uma nota de enquadramento que torne claro o alcance cultural e patrimonial e o interesse nacional e internacional desta pedra. À primeira vista lapidado em Talhe Antigo de Brilhante, designação reservada para uma lapidação ostentando um total de 58 facetas, sendo 33 na coroa (secção superior) e 25 no pavilhão (secção inferior) o presente diamante, que nos surge cravejado num anel de ouro, posterior, decorado com rubis calibrados, reproduzido nas imagens anexas, ostenta realmente uma lapidação superior, sendo visíveis 41 facetas na coroa, o que corresponde, nessa medida, à variante do Talhe Brilhante, designada por Talhe Lisboa. Apesar de tal lapidação estar referenciada na literatura da especialidade desde pelo menos meados do século XIX, conforme refere o gemólogo Rui Galopim de Carvalho, in The Journal of Gemmology 34(2) 2014, até hoje apenas foi identificado, por ele próprio, um único exemplar: trata-se de um dos maiores diamantes que ornamentam a célebre caixa de tabaco encomendada em 1755 pelo Rei D. José ao joalheiro francês Jacqmin (1718-1770) e executada em 1755/1756, pelo ourives Jean Ducrollay. Na referida caixa, decorada com 204 esmeraldas e 853 diamantes em talhe brilhante, um deles, com o peso aproximado de 10 ct, localizado na tampa, junto ao fecho, tem a coroa lapidada em talhe Lisboa – 41 facetas - sendo de 25 o número de facetas do pavilhão (parte inferior do diamante). É este o segundo diamante conhecido com tal lapidação. A sistemática e minuciosa análise a que são sujeitas as jóias, designadamente as pedras, levada a cabo pelos nossos peritos no âmbito da peritagem que precede a sua contratação, catalogação e colocação em venda, revelou que a coroa deste diamante possui as referidas 41 facetas que caracterizam o Talhe Lisboa e que o distinguem do Talhe Brilhante clássico; a descravação do anel a que, com prévia autorização do proprietário, foi possível proceder posteriormente para o efeito, confirmou que, tal como acontece com o diamante que decora a caixa de tabaco do rei D. José (que não foi nem é possível descravar), o pavilhão (secção inferior) tem as normais 25 facetas e não mais. Não sendo conhecidos, ou não tendo os nossos peritos conhecimento da existência senão de dois diamantes com tal lapidação - em que a coroa ostenta 41 facetas, mais 8 do que o Talhe Brilhante - é manifesta a raridade do diamante em causa. Por outro lado, ostentando ambos os diamantes, conforme atrás se referiu, um pavilhão mantendo as 25 facetas do Talhe Brilhante - sem facetas extra, portanto - esse facto pode indiciar que o Talhe Lisboa só possuiria efectivamente 8 facetas extra na coroa, ao contrário do que inicialmente se supôs. O futuro – e um eventual aparecimento no mercado de outro diamante com lapidação em talhe Lisboa – permitirá confirmar (ou infirmar) esse indício. No presente, cumpre à Gerência da Cabral Moncada Leilões felicitar vivamente os seus peritos de Pratas e Jóias, em particular Henrique Correia Braga, pelo olhar de lince que permitiu a descoberta deste diamante; e pelo saber que permitiu a sua correcta identificação e a revelação da sua rara, preciosa lapidação - que poucos conheceriam e que não lhe passou despercebida entre tantas outras; cumpre-nos ainda registar e agradecer o seu trabalho de investigação, em que assenta a nota que antecede. Fevereiro de 2020, A Gerência