Leilão 96 Parte 1 Antiguidades, Obras de Arte e Livros
2.6.20 (na sua hora local)
Portugal
 Calçada João do Carmo, 31 4150-426 Porto - Portugal
O leilão terminou

LOTE 68:

ESTATUETA DO REI D. FERNANDO

Vendido por: €17 500
Preço inicial:
17 500
Preço estimado:
€17 500 - €25 000
Comissão da leiloeira: 17%
IVA: 23% Sobre a comissão apenas
identificações:

ESTATUETA DO REI D. FERNANDO
Português, do 3.º quartel do séc. XIX, em prata relevada executado muito provavelmente pelo miniaturista António Manuel de Santa Bárbara, assinada pelo mesmo com inscrição, como representação da sua amizade “A/ S.[ua] M.[ajestade] El Rei/ o/Sr. D.[om] Fernando/ offerece/ o Artista S.ta [anta] Barbara/ fez”, com contraste “Cabeça de Velho”, possivelmente puncionado por altura da Exposição da Ourivesaria Portuguesa (1949). Sinais de uso, falta de espada e base em madeira sem veludo. Peso prata aprox.: 371.4 gr. Dim.: 18 x 9.3 x 7.4 cm. Esta escultura de prata, representação, a corpo inteiro, de D. Fernando de Saxe Coburgo Gotha (1816-1885), marido da rainha D. Maria II, constitui uma peça de grande interesse no panorama da ourivesaria da prata em Portugal. Foi realizada pelo artista Santa Bárbara, muito provavelmente António Manuel de Santa Bárbara, que assina a peça através de inscrição “Sta. Barbara”, na respectiva dedicatória de oferta. Para além de a escultura constituir uma minuciosa obra de arte em metal argênteo, destaca-se na peça o pedestal, ornamentado com representações heráldicas de membros da Família Real: na parte anterior, as armas de D. Fernando (Saxe Coburgo Gotha), na parte posterior a inscrição de oferta envolta por uma coroa de louros, à esquerda, as armas de Portugal (referentes a D. Luís I), e à direita as armas de Sabóia, da então rainha D. Maria Pia de Sabóia. Por isso, esta peça terá data posterior a 1862, ano em que o jovem rei português casou com a princesa italiana. O rei, de pé, coloca a sua mão direita sobre uma mesa, ao gosto dos meados/terceiro quartel de Setecentos, encimado um pedestal que assenta em quatro dragões, timbre da casa de Bragança. Toda a base assenta, igualmente, em cabeças de leão, representações zoomórficas associadas, em geral, ao poder e à realeza. A representação do soberano pode ter sido retirada de fotografias do monarca muito semelhantes, realizadas na época. Esta peça esteve presente na Exposição de Ourivesaria Portuguesa, realizada no Porto, em 1949, em cujo catálogo figura com o n.º 113 (pág. 51 e figura respectiva). Era, na ocasião, propriedade de Celestino da Mota Mesquita, proprietário da celebrada Ourivesaria Aliança, com lojas na Rua das Flores e no Chiado, em Lisboa (que fechou há poucos anos atrás). Trata-se de uma peça de grande raridade, apenas comparável, em termos de representação de soberanos, nas placas com as figurações dos bustos dos soberanos D. José I (1714-1777) e sua mulher, D. Mariana Vitória de Bourbon (1718-1781), e nos paliteiros com D. Pedro IV de Portugal, D. Pedro I do Brasil (1798-1834), de corpo inteiro.