Vente 8 Partie 3 Antiques & Works of Art
Par Leiloeira Serralves
13.12.23
Rua Serralves, 1080/1084, Lordelo do Ouro, 4150-705 Porto, Portugal
From December 4th to 9th - from 10:00h to 13:00h & from 15:00h to 20:00h
La vente est terminée

LOT 882:

MARIA LUISA FRAGOSO (1907-1985)

Vendu pour: €110
Prix de départ:
35
Commission de la maison de ventes: 16%
TVA: 23% Seulement sur commission
13.12.23 à Leiloeira Serralves
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MARIA LUISA FRAGOSO (1907-1985)

NOSSA SENHORA COM MENINO JESUS” – Em cerâmica moldada, relevada, vidrada e pintada, trabalho do séc. XX. A figura está representada sentada em vulto perfeito, segurando com ambas as mãos o menino jesus. Traja túnica e manto sobre a cabeça. Decoração vidrada, escorrida e policroma em vários tons. Escultura assinada e numerada “ml – 23”. Sinais de uso e ínfimas esbeiçadelas no vidrado.

Dim: 15x14x8,3 cm

 

Nota: Apesar de pouco conhecido, o trabalho de Maria Luísa Fragoso (1907-1985), enquanto ceramista e diretora do Estúdio de Cerâmica de Arte – ECA, ocupou um lugar importante na divulgação e ensino da cerâmica moderna em Portugal. Maria Luísa Fragoso iniciou-se na pintura, abandonando esta disciplina em 1940, para se dedicar exclusivamente à cerâmica. Foi ainda discípula e esposa de João Fragoso (1913-2000), fundador do Estúdio-Escola de Cerâmica, em Lisboa. Maria Luísa manteve-se fiel às temáticas do figurado popular português, contaminadas por alguma modernidade formal, vinda sobretudo da escola italiana de Faenza. Entre 1944 e 1945, cursou Cultura Hispânica, na Universidade de Santander, licenciando-se em História da Arte, na Universidade de Santiago de Compostela. Participou na Exposição Nacional de Cerâmica, em 1952, sendo-lhe atribuído pelo Secretariado Nacional de Informação (SNI), o Prémio Manuel da Costa Brioso. Maria Luísa Fragoso foi Bolseira de Cerâmica, da Fundação Calouste Gulbenkian, em Itália, França e Espanha, em 1961, experiência que se reflete no seu trabalho de forma bastante visível. Em 1954, o Estúdio-Escola de Cerâmica realizou a sua segunda exposição, na Casa Quintão, loja de mobiliário e decoração em Lisboa. Ainda nesse ano, foi galardoada com a Medalha de Ouro da Exposição Internacional de Cannes, vendo o seu trabalho reconhecido internacionalmente, ao mesmo nível dos ceramistas sediados no sul de França, responsáveis pela modernização da cerâmica de autor mediterrânica (por exemplo, Roger Capron ganhou, no mesmo ano, a Medalha de Ouro da X Triennale de Milan e a Medalha de Prata em Cannes, no ano seguinte). O trabalho da ceramista demonstrou uma enorme evolução, durante a segunda metade da década de 50, tanto na modelação como no cromatismo. Na primeira metade da década de 60, consolidou-se numa maturidade estilística e técnica, sem precedentes na década anterior. A modelação tornou-se mais escultórica e eficaz, explorando superfícies irregulares trabalhadas com esmaltes brilhantes e baços, de cores profundas e sólidas, no entanto, a expressão manteve-se de cariz popular, explorando temas correspondentes ao gosto dominante.